A feitura de massas me fascina
A mistura perfeita da farinha
Aos ingredientes
Nas mãos que amassam
Com mistério secular das avós
Dirce & Lídia
mesmo quando vivas
A força secreta na divina presença do pão
Um teatro sem bastidores
A ser devorado por banhadas mastigadas
Ou o enigma da Iraci
Que lançava a sorte em nossa frente
Embarcadas em majestosas fornadas
Anunciadas pelas bolinha em copo d’água
Ao emergir, já era tempo
de um futuro em grossas fatias
enoveladas em seu vapor
Até onde eu podia
Metia as mãos na massa
pra quem sabe um dia, talvez
fazer algo igual
e me divertia a l’Amélie Poulain
Esfregando cobrinhas de farinha
Nunca formulei
Qual pão o diabo assaria
porque nem ruim
um pão deixa de ser bom